quarta-feira, 24 de abril de 2024

Nossa consciência negra!

Nossa consciência negra! - ZLN

Em pleno Dia da Consciência Negra, feriado deste último dia 20 de novembro, o professor da UNESP e jornalista, Juarez Tadeu de Paula Xavier, que é mestre e doutor pela USP, foi chamado de macaco e esfaqueado.

O crime ocorreu próximo a um supermercado na cidade de Bauru, onde o professor reside com sua família e estava a caminho de suas compras.

O ataque foi gratuito e o agressor ao ser questionado por Juarez, munido de um canivete, perfurou o professor.

O suspeito da agressão (segundo o portal G1) é Vitor dos Santos Munhoz, de 30 anos, que foi preso e liberado após pagar fiança de R$ 1 mil. Ele pode responder pelos crimes de injúria racial e lesão corporal.

Esta data, o Dia da Consciência Negra, é importante justamente por conta de centenas de situações como estas que acontecem todos os dias.

“Jamais imaginei que passaria por isso aqui [em Bauru], ser atacado por alguém que me xinga de ‘macaco’ e anda armado na rua. Isso é inaceitável. Sou capoeirista e acho que por isso estou agora falando sobre isso”, disse o professor ao portal G1.

Negar que há racismo no país é a maior prova de inabilidade intelectual e empática que um indivíduo, habitante do século 21, pode ter.

Em recente trecho de uma postagem em suas redes sociais o professor Juarez Xavier, que é militante do movimento negro no país, disse: “O Brasil é um país patriarcal, segregacionista e supremacista branco. Aqui, mulheres, pobres, pardos e pretos (negros) e a população LGBTI+ são mortos, cotidianamente, em escala industrial. Todos os dados macroambientais, como o Atlas da Violência, baseados em informações colhidas nos registros de atestados de óbitos, comprovam essa proposição”.

A escravidão durou 3 séculos neste país. Anos de muita injustiça.

Os escravos que não trabalhassem, recebiam dos brancos castigos terríveis, surras com chicotes e torturas com instrumentos de ferro.

Alguns não aceitavam, e quando conseguiam, fugiam para esconderijos no meio do mato, chamados de quilombos.

Sorte a nossa que os negros querem igualdade e não vingança.

Ao professor Juarez nosso desejo de pronta recuperação e que esta situação o impulsione ainda mais na liderança intelectual e política para os embates necessários em prol do movimento negro no país.

Axé professor!

 

Antonio Gelfusa Junior é publicitário e editor-chefe das publicações impressas e online do Grupo Raiz.

 

Foto: Letícia Sartori.

Para conferir outros editoriais, acesse o link.

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