Ambientes da “12ª Edição do Jovens Profissionais” mesclam criatividade e história de São Paulo.
Até o dia 30 de setembro, no shopping Lar Center, localizado na Av. Otto Baumgart, 500 – Vila Guilherme, com entrada franca, o público poderá conhecer os projetos da “12ª edição do Jovens Profissionais”. Sob o tema São Paulo Criatividade Cidade + Design, 45 profissionais e estudantes de arquitetura, interiores, design e artes selecionados planejaram e executaram 27 ambientes em lojas, além de 6 espaços conceituais montados na praça cultural, que apresentam informações sobre elementos utilizados na arquitetura, como a taipa, o tijolo, o aço, o concreto, o vidro e o conceito de áreas verdes, sem construção.
No percurso da exposição, que revela peculiaridades de cada região da cidade – norte, sul, leste, oeste e centro – o público poderá interagir com imagens destacadas em cubos e painéis, que revelam os nomes de grandes monumentos e sua localização, além de tiras sobre a origem dos nomes dos bairros de São Paulo. O uso de imagens e interatividade na exposição é uma forma de desafiar os visitantes, para que eles tentem reconhecer os elementos apontados na exposição apenas por meio de fotos, e, desta forma, demonstrar que há muito para ver e conhecer na cidade.
Projetos expostos na praça cultural:
Taipa, alicerce de uma Metrópole – Daniel Kalil: o espaço conceitual traz uma releitura do processo de taipa de pilão, uma das primeiras tecnologias construtivas presentes em São Paulo. No piso, um painel de fotos de construções de diversos períodos feitas com a técnica de taipa de pilão, com a aparência de uma parede de taipa, estabelecendo uma relação planta-corte entre a técnica e o ambiente conceitual.
Ouro arquitetônico – Graziela Garavati: o ambiente teve como inspiração a importância do aço na arquitetura da cidade. Além de retratar a história em imagens nas paredes e no piso, duas peças se destacam na exposição: ao centro, uma cadeira toda de aço assinada pela profissional – uma releitura de um ícone da instituição Bauhaus, a Poltrona Wassily – com aplicação da tradicional e brasileira trama palhinha com corte a laser no aço inox, e um painel também de aço inox de dois metros com uma obra do artista Odamar Versolatto recortada a laser, arte que remete aos antigos portões de ferro artesanais e à Estação Júlio Prestes.
Poema TIJOLO – Ricardo Correa: o projeto “Ramos de Azevedo”, que utiliza o tijolo como conceito, trabalha elementos da semiótica na construção arquitetônica do maior arquiteto do século XIX. A rosa, que brota do chão de tijolos, é iluminada por um facho de luz de um pendente, revelando um dos mais fortes signos da obra Casa das Rosas, de Ramos de Azevedo, conhecido patrimônio dos cidadãos paulistanos. As paredes são revestidas por um banner em tom alaranjado, que remete à cor do tijolo, formando um harmônico bloco. A parede central em frente à passarela revela o poema do jovem escritor Rock Zanella – premiado e publicado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – que desafia o espectador a desvendar este universo.
A cidade do concreto e o verde sem limites – Rogério Quadrado: o conceito foi desenvolvido a partir das soluções atuais que as pessoas estão encontrando para estarem mais próximas do verde, dentro da cidade. É o caso do Sky Planter, vaso que fica de ponta cabeça com recipiente para colocar água, que alimenta as plantas. Os antúrios foram colocados em vasos pretos, vermelhos e brancos, seguindo as cores da bandeira da cidade de São Paulo. Ao fundo do espaço, uma imagem, vista do parque do Ibirapuera, que mostra o Ginásio do Ibirapuera e as torres da Avenida Paulista. Além disso, um móvel na mesma posição das plantas – de ponta cabeça – desafia a lei da gravidade.
Ambientes expostos nas lojas:
Ateliê de moda – Alexandre Lira: Alexandre Lira quis mostrar a importância de São Paulo em relação à moda e ao design. A cidade é composta não só por pessoas da alta costura, mas também da cultura extremamente heterogênea e da diversidade popular. As tendências mudam de acordo com a cultura e a história em que estão inseridas em determinado período. O retrato da moda deve tomar o caminho do novo e o irreverente. Além disso, mostra que além de entretenimento e trajes, a moda é a cultura de um povo. “São Paulo tem dentro da sua história todo esse contexto cultural e urbano da 25 de março a Oscar Freire, e abrigamos essa diversidade pitoresca”, explica Alexandre.
Arte e design traduzidos na gastronomia italiana – Andreia Morimo e Roberta Bianchi: no projeto, as criadoras homenageiam a cidade de São Paulo com o tema gastronomia, já que a cidade é considerada um dos roteiros mundiais da Alta Gastronomia, pois temos profissionais renomados, como o chef Alex Atala, além de outros grandes nomes. No ambiente, elas trouxeram grãos, frutas e legumes, que traduzem as cores e a regionalidade da cidade; massas e azeite que remetem aos países de grande influência; o café, que na década de 1980 foi a segunda mercadoria mais negociada, ficando atrás somente do petróleo; a Arte Moderna das ruas paulistanas, como o grafite, está traduzida em caixas envoltas por folhas de jornais e revistas; já a arquitetura e a cultura estão representadas pelas imagens dispostas nos quadros, como Terraço Itália, Teatro Municipal, entre outros.
Marco da revolução industrial de São Paulo – Aretha Ralms: analisando a Semana de Arte Moderna, é possível notar vários artistas que influenciaram para o desenvolvimento de São Paulo, entre eles Tarsila do Amaral, que criou várias obras a fim de mostrar o crescimento de São Paulo. A obra “Operários”, por exemplo, apesar de ser pintada somente em 1933, retrata a população paulista e mostra chaminés, fábricas e diversas pessoas sérias e distintas. “Notamos a revolução industrial por qual São Paulo estava passando no momento”, complementa Aretha.
São Paulo: Arquitetura e Design Modernista – Carolina Danielian: a cidade de São Paulo tem um legado arquitetônico importantíssimo deixado pelo movimento Modernista. Gregori Warchavchik, Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas foram alguns dos arquitetos que projetaram para a cidade residências e edifícios que utilizaram elementos que caracterizaram o movimento, como o cobogó, a retomada do azulejo como elemento decorativo em painéis e a utilização do ladrilho hidráulico no piso. O design também teve um grande legado deixado com criações de móveis e objetos de Lina Bo Bardi, Oscar Niemeyer e Joaquim Tenreiro, entre outros. Observamos em muitos ambientes projetados nos dias de hoje a utilização de elementos arquitetônicos, móveis e objetos modernistas.
São Paulo vira Samba – Carolina Lopes e Alex Duque: a designer de interiores Carolina Lopes e o estudante de arquitetura Alex Duque escolheram o samba cantado por Adoniran Barbosa, como fonte de divulgação dos bairros de São Paulo. As músicas de Adoniran retratam a cidade em pleno desenvolvimento, com as mudanças vindas com o progresso, os hábitos e as linguagens dos paulistanos. No ambiente que será montado na Oficina D, os profissionais irão mostrar os bairros cantados por Adoniran em uma mesa de bar. A proposta é trazer para o espaço a simplicidade e a alegria do samba de São Paulo, mostrando como a cultura é importante para retratar uma época e também o estilo de vida das pessoas.
Grafitando Interiores – Decora e Rosa Stilman: a ideia de Debora e Rosa Stilman foi a de desenvolver um banheiro criando um aspecto urbano, trazendo o colorido e o divertido da arte do grafite, juntamente com o impacto visual das bandeirinhas de Volpi, representadas por post-it. Dessa maneira, foi fixado o post-it colorido em uma das paredes e a arte em grafite pintada em uma parede de drywall, construída no local para este fim. Além disso, três tambores de metal de 200L serviram de base para um tampo de vidro, e uma cuba de apoio foi sobreposta neste tampo.
Apaixonados por velocidade – Elis Arantes: Elis Arantes retrata com o ambiente o quão velozes são os paulistanos – uma sociedade que sofre hoje da “síndrome” da pressa, que por sua vez também contribui para pensarmos no design da cidade. No quarto é possível encontrar referências e lembranças de paulistanos importantes que contribuíram para a evolução do Brasil.
São Paulo a cidade da diversidade – Karina Peres: ambiente criado para adequar todos os tipos de diferenças culturais. A ideia foi tornar o ambiente aconchegante e relembrar todos os gostos, como o estilo gótico, a religiosidade e também suas origens. Além disso, a ideia é transmitir a mensagem de que misturar não fica feio, pois a modernidade e a contemporaneidade estão cada vez mais em voga.
A culinária italiana invade São Paulo – Marcia Debski Ferreira: São Paulo se transformou no mais importante reduto da imigração italiana no Brasil. Com a chegada dos primeiros imigrantes italianos na virada do século XIX para o século XX, a gastronomia paulistana recebeu uma forte influência italiana, e até hoje os mais saborosos costumes da culinária da Itália continuam sendo bem preservados nas cantinas e nos restaurantes de origem italiana instalados por toda a cidade. Na cozinha, criada por Marcia Ferreira, as origens dos imigrantes italianos estão presentes no mobiliário, que remete ao belo do passado trazido para os dias de hoje junto com os acessórios e objetos decorativos, que evocam o conceito de família, união e aconchego em torno do lindo ato de preparar uma refeição.
Pausa para o relax – Veridiana Ferraz: atualmente, São Paulo precisa de locais propícios ao relaxamento, devido ao movimento e à agitação contínua da cidade. Pensando nisso, Veridiana Ferraz criou um ambiente projetado para uma sala de relaxamento em um SPA. O projeto foi pensado objetivando simplicidade e funcionalidade; aliado ao conforto despretensioso, que requer o relaxamento para massagens. As cores e os materiais utilizados sugerem um ambiente convidativo e acolhedor.
Mais informações: www.jovensprofissionais.com.br.
Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.
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